O mito de Édipo Rei
Um mito clássico na História da Filosofia é o da tragédia Édipo Rei, que posteriormente, no século XIX, foi utilizado por Freud para falar do amor dos filhos para com os pais durante a infância.
A história é a seguinte:
Laio, rei da cidade de Tebas e casado com Jocasta, foi advertido pelo oráculo de que não poderia gerar filhos e, se esse mandamento fosse desobedecido, o mesmo seria morto pelo próprio filho, que se casaria com a mãe.
O rei de Tebas não acreditou e teve um filho com Jocasta.
Depois se arrependeu do que havia feito e abandonou a criança numa montanha com os tornozelos furados para que ela morresse.
A ferida que ficou no pé do menino é que deu origem ao nome Édipo, que significa pés inchados.
O menino não morreu e foi encontrado por alguns pastores, que o levaram a Polibo, o rei de Corinto, este que o criou como filho legítimo.
Já adulto, Édipo também foi até o oráculo de Delfos para saber o seu destino.
O oráculo disse que o seu destino era matar o pai e se casar com a mãe.
Espantado, ele deixou Corinto e foi em direção a Tebas.
No meio do caminho, encontrou com Laio que pediu para que ele abrisse caminho para passar.
Édipo não atendeu ao pedido do rei e lutou com ele até matá-lo.
Sem saber que havia matado o próprio pai, Édipo prosseguiu sua viagem para Tebas.
No caminho, encontrou-se com a Esfinge, um monstro metade leão, metade mulher, que atormentava o povo, pois lançava enigmas e devorava quem não os decifrasse.
O enigma proposto pela esfinge era o seguinte:
Qual é o animal que de manhã tem quatro pés, dois ao meio dia e três à tarde?
Ele disse que era o homem, pois na manhã da vida (infância) engatinha com pés e mãos, ao meio-dia (idade adulta) anda sobre dois pés e à tarde (velhice) precisa das duas pernas e de uma bengala.
A Esfinge ficou furiosa por ter sido decifrada e se matou.
O povo de Tebas saudou Édipo como seu novo rei, e entregou-lhe Jocasta como esposa.
Depois disso, uma violenta peste atingiu a cidade e Édipo foi consultar o oráculo, que respondeu que a peste não teria fim enquanto o assassino de Laio não fosse castigado.
Ao longo das investigações, a verdade foi esclarecida e Édipo cegou-se e Jocasta enforcou-se.
No século XIX, Sigmund Freud fez uma reinterpretarão do mito de Édipo, denominada como o Complexo de Édipo.
Mas Freud esqueceu de dizer que Édipo não matou Laio, seu pai, com a intenção de dormir com Jocasta, sua mãe.
Freud também não relatou outro fato importante:
Laio, que era órfão, foi recolhido por um rei que já tinha um filho.
Os dois rapazes tiveram uma relação homossexual que foi descoberta e, em consequência disso, foram condenados a não ter filhos, caso contrário os seus descendentes iria matá-los e se casariam com a sua esposa.
Tornando-se pai de Édipo, Laio se lembra da profecia e, com Jocasta, decide de matar o recém-nascido. (…)
Mais tarde, descobrindo-se culpado de ter matado seu próprio pai e de ter se casado com sua mãe, Édipo se pune.
Mas ele não cortou a mão direita, que matou seu pai, segundo a moral da época ou cortou o pênis que, inconscientemente aproveitou de sua mãe.