Adultos e adulterados
"Prá quê cara feia? Na vida ninguém paga meia." Leminsky
ADULTO É DIFERENTE DE “ADULTERADO”
- Existe o adulto adulto e o adulto dissimulado: “adulterado”.
- Adulto é aquela pessoa que está identificada com o “pagar inteira” na vida.
- O adulto não queixa porque tem competência e paciência para administrar as dificuldades.
- Adulto sabe que: “Viver é perigoso e carece de coragem”.
- E que qualquer atitude queixosa é apenas um auto-engano e ilusão é mentir para si mesmo.
- O adulto quando precisa, pede ajuda (diferente de queixar) a quem pode realmente lhe ajudar e recebe com humildade e gratidão.
- O falso adulto tem um mito de que ser feliz é um estado de falta de dificuldades e que o bem estar é mais difícil que o mal estar (embora seja a mesma coisa: você é que escolhe fazer força para frente ou para trás).
- O adulto identifica-se como aprendiz da vida e já percebeu que quem ignora os processos e as leis da vida ficam detidos e presos: as vítimas.
- Adulto sabe do seu direito e dever de inventar a sua liberdade com responsabilidade. Por isso não fica por aí, esperando que alguém venha salvá-lo. Não está a espera de príncipes, princesas…
- Adulto sabe do uso e cuida dos abusos e desusos, tanto material, quanto emocional, intelectual e espiritual.
- Adulto não espera mimos e adulações. Sabe que mimos e adulações vêm incluso um “roubo” – da alma, da dignidade, da paz.
- Adulto também não se mima! Cuida-se!
- Adulto não mima o outro. Cuida do outro!
- Adulterados financiam ou são financiados pelo o outro para não haver crescimento.
ADULTO JÁ REDEFINIU SEUS MITOS, TABUS, DOGMAS
- do bem-estar ser mais custoso do que o mal-estar;
- de que felicidade é ausência de tensões;
- de encontrar a cara-metade; etc.
NOTA:
- Quando as pessoas ultrapassam os *25 anos de vida ainda sem identidade adulta é porque optaram em levar vantagem de ser “adulterado”. E esta identificação se faz por agentes externos a elas como: ter casado, ter carro, ser chefe, ser doutor, etc.
- Estas pessoas se sentem importantes e realizadas com tudo isso! Fazem pose de que são o que não são. Não se bancam, não se responsabilizam por si mesmas. Muitas vezes, fingem serem “gente grande” através da vida do outro. Exemplo: gente que faz carreira prá santo; senhoras generosas que ajudam os outros; homens frouxos com esposas poderosas (e vice-versa); as vítimas, etc.
- Os “adulterados” resistem bem até os 40 anos de idade. Depois é um Deus nos acuda! Têm o famoso “caiu em si” e vão parar na fossa (depressão) ou no CTI!
PISTAS PARA PERCEBER SE SOMOS ADULTOS OU ADULTERADOS:
- Verificar a hierarquia funcional: o que é básico na sua vida; quais são as coisas que você “pisa” com firmeza?
- Precisa ver se sua resposta é coerente, ou seja, se o que diz é básico mesmo, se o sustenta.
- Também ver se é uma base de exportação (cuidar do outro por exemplo é fazer do outro sua base); se é uma base importada (ser sustentado emocionalmente ou financeiramente pelo outro).
- Se sua base é: o cônjuge, os filhos; o trabalho; a carreira; o dinheiro; a família, etc. Assim, caso perca esta base (importada ou exportada) desestrutura-se, adoece, enlouquece, até morre?
- Clarear o que é meio: como você se relaciona, coopera, compete (o nível de humanização – fazer trocas).
- Qual é o seu topo: o que te guia, quais são os seus projetos de vida.
- O sozinho: estar sozinho e em silêncio. Gente que não consegue ficar sozinha e em silêncio é adulterada e dissimulada.
- Trabalhar a vaidade. Se busca aprovação dos outros; se é para exportar para os outros.
- Verificar se já desmamou dos seus pais e/ou dos filhos.
*A psicóloga infantil Laverne Antrobus defende que o apoio psicológico aos jovens não deve terminar aos 18 anos, já que o desenvolvimento cognitivo continua acontecendo até os 25 anos.
Texto organizado por:
Jaqueline Cássia de Oliveira
Fonte: Curso Zélia Nascimento - BH/MG