Humanização e disfuncionalidades
PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO
- Quebra da vaidade e do mito de perfeição.
- Habilidade de lidar com semelhanças e diferenças entre as pessoas.
- Discriminação do indivíduo para se relacionar sentimentalmente com as pessoas e manter controle sobre as coisas.
- Discriminação entre: valor = gente e importância = coisas
- Uso harmonioso do pensamento, ação e coração.
"O amor não tem pressa nem presa. Tem essa de ser surpresa." (Fred M.A Brito)
DISFUNCIONALIDADES
Quando uma pessoa não entra num processo de humanização, apresentará disfunção na relação afetiva.
Sabemos que a relação afetiva é movida por 2 impulsos:
- do hemisfério cerebral esquerdo: é explicável (interesses e conveniências).
- do hemisfério cerebral direito: é inexplicável. É um impulso muito forte. É uma conexão de Inconsciente para Inconsciente.
Mas existem pessoas que não têm ou não aparece este impulso, por não estarem em processo de humanização. Assim, aparecem várias disfunções (em diferentes níveis). Abaixo alguns exemplos metafóricos.
- Impotente afetivo: o sintoma é o exagero da sexualidade. Vira ermitão. A pessoa quer ficar com gente, mas não aguenta. Só com hora marcada.
- Estéril afetivo: não se apaixona (nada fecunda), porque tem dificuldade com intimidade. Geralmente namora com pessoas casadas ou que mora muito longe, etc. Ficam com uma falta, que é a intimidade. Ficam no social, porque não suportam proximidade.
- Abortivo afetivo: tem um tempo pequeno para se relacionar. A pessoa promove o outro a ir embora. Por exemplo: ensina, faz ele crescer e depois o manda casar com outra pessoa. Em geral, o investimento é materno.
- Hipotiroidismo afetivo: o relacionamento fecunda, cresce e depois pára de crescer e passa a viver dos bons tempos da relação. Existe uma sonegação de afeto e a relação fica anã, não desdobra.
- Hipertiroidismo afetivo: tem uma quantidade de “gás” exagerada no início, mas tem um tempo marcado para existir. São relações fugazes, que não deixam marcas – fogo de palha.
- Senilidade afetiva: é quando a relação não se renova, não re-contrata. Toda relação de tempos em tempos precisa de uma “faxina”, de reciclar, senão “caduca”.
- Relações convulsivas: nutridas pela crise. É linear na medida que se torna um beco sem saída: de uma crise a outra crise.
- Famintos de relações: perde-se a qualidade do contato.
- Prostituição: entregas múltiplas, indevidas e sem critério ético humanizado.
- Vampirismo: roubo de virtudes do outro.
- Poder: em lugar da relação, do afeto e da troca, aparece o controle sobre o outro e seus sentimentos.
Em todas as desfuncionalidades acima existe um objetivo comum que é a evitação de intimidade consigo e com o outro (receio de lidar com as próprias fragilidades); e o medo do crescimento humanizado que implica em lidar com semelhanças e diferenças.
QUESITOS PARA HUMANIZAÇÃO
- Tempo
- Saber pedir, saber doar, saber receber, saber agradecer.
- Sentimento
- Coragem e empenho – “peito e raça”
- Humildade
INIMIGOS DO SENTIMENTO
- Medo
- Vaidade
- Poder
- Velhice (no sentido de caduquice).
ALTERNATIVAS PARA O TRABALHO DE HUMANIZAÇÃO
- Discriminação do que é valor e do que é importante.
- Dimensionamento da vaidade.
- Desenvolvimento dos órgãos dos sentidos, em especial a audição.
- Descoberta de valores miúdos.
"Gosto e preciso de ti. Mas quero logo explicar. Não gosto porque preciso. Preciso sim, por gostar". (Mário Lago)
Texto organizado por:
Psicóloga - CRP 04/7521
Psicoterapeuta Familiar Sistêmica (Brasil)
Psicogenealogista (Itália)
Fontes:
Gaiarsa - Amores Perfeitos
P. Watzlawisck - A Pragmática da Comunicação Humana
Zélia Nascimento - Curso de Pensamento Sistêmico
Jaqueline Cássia de Oliveira - O Pensamento Sistêmico e a Prática Sistêmica